Eu tenho lá minha opinião a respeito da cidade de Belém e o que ela faz com e para os turistas que recebe. Mas é impossível não reconhecer um de seus grandes êxitos: a constituição da Estação das Docas.
No local há uma painel bastante interessante que conta a história do porto, sua decadência e posterior recuperação, até a inauguração do atual polo turístico, artístico e gastronômico da cidade.
Três galpões enormes constituem a Estação, que tem vista para o rio, de um lado, e rua histórica, de outro. Cada um dos galpões recebeu um nome temático: Boulevard das Artes, Boulevard da Gastronomia e Boulevard das Feiras e Eventos. Este último, pelo que pude entender, é locado para as mais diversas finalidades, como casamentos, formaturas e eventos empresariais. Em termos de originalidade, o espaço é inigualável.
Obviamente o boulevard que mais frequentamos foi o da gastronomia, onde se encontram alguns dos melhores restaurantes da cidade. Fizemos ótimas refeições na Estação das Docas e ainda tomamos o melhor chope de nossas vidas, se considerarmos nesse ranking o preço por ml.
Ao fundo, construções de uma época em que Belém foi muito rica
No interior dos galpões, os paraenses disputam as mesas, numa obsessão terrível pelo ar condicionado. Felizmente eu e meu cabeçudinho não somos adeptos do clima polar - que além de ressecar as narinas, ainda resfria a comida em poucos minutos, eca! Então, na maioria das refeições sentamo-nos no lado de fora dos armazéns. Nas mesas externas, além de podermos apreciar nossas iguarias sem medo de que resfriassem demais, ainda podíamos curtir a vista do rio, que a cada momento mudava de cor e de penteado.
Sentados ao lado do rio, vimos navios enormes passarem, com seus tripulantes acenando de toda parte. Coisa de filme. Vimos também as embarcações turísticas saindo do pequeno cais, rumo a passeios pela orla de Belém - no pôr-do-sol ou logo ao anoitecer. Também nos divertimos com alguns pardais ousados, que vinham buscar alguma migalha saborosa entre as mesas. E, ainda, com música ao vivo! Instaladas em uma plataforma, as bandas tocavam estilos variados, deslizando sobre as mesas da Estação. Como se, literalmente, a música viesse dos ares.
Passear nas Docas logo se tornou meu programa padrão em Belém - deu fome? vamos para as Docas! deu sede? vamos para as Docas! deu tédio? vamos para as Docas! E até quando não deu nada, fomos para as Docas, comer, beber, tomar sorvete, fazer compras ou simplesmente olhar o rio!
Mesas vazias, sorte nossa: tivemos exclusividade no espetáculo do rio transmutante
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